Abdullah estava convencido de que estava num sonho. Ele se encontrava no jardim que estava tentando imaginar quando o estranho tão descortesmente o interrompera. Ali estava a lua quase cheia, pairando bem alto no céu, lançando uma luz tão branca quanto tinta numa centena de florezinhas cheirosas no gramado à sua volta. Pequenas lamparinas amarelas pendiam das árvores, dispersando as sombras escuras e densas da lua. Abdullah pensou que essa era uma idéia muito agradável. Sob as duas luzes, branca e amarela, ele podia ver uma arcada de trepadeiras sustentada por elegantes pilares, além do gramado onde se encontrava; e, em algum lugar, atrás disso tudo, um curso d’água escorria quase silenciosamente.
Ali era tão fresco e tão celestial que Abdullah se levantou e saiu à procura da água oculta, passando pela arcada, onde florações em forma de estrelas, brancas e silenciosas ao luar, e flores semelhantes a sinos exalavam os aromas mais estonteantes e delicados. Como se faz nos sonhos, Abdullah dedilhou um grande antúrio aqui, e tomou um delicioso atalho ali, entrando num vale de rosas pálidas. Nunca antes ele havia tido um sonho nem de perto tão lindo.
A água, quando ele a encontrou além de alguns arbustos semelhantes a samambais que gotejavam orvalho, era uma simples fonte de mármore em outro gramado, iluminada por fios de luzes nos arbustos, que transformavam a água sussurrante numa maravilha de meias-luas de ouro e de prata. Extasiado, Abdullah caminhou em sua direção.
Faltava apenas uma coisa para completar esse êxtase e, como em todos os melhores sonhos, ela surgiu. Uma jovem adorável atravessou o gramado, vindo a seu encontro, pisando suavemente na grama úmida com pés descalços. Os trajes diáfanos que flutuavam à sua volta mostravam que ela era esguia, mas não magricela, exatamente como a princesa das fantasias de Abdullah. Quando ela se aproximou, ele viu que o rosto dela não era o oval perfeito que o rosto da princesa de seu sonho deveria ter, tampouco seus imensos olhos negros eram um tanto embaciados. Na verdade, eles lhe examinavam o rosto intensamente, com evidente interesse. Abdullah rapidamente ajustou seu sonho, pois ela decerto era muito bonita. E, quando falou, sua voz era tudo que ele podia ter desejado, sendo clara e alegre como a água da fonte, ao mesmo tempo que era a voz de uma pessoa bem decidida."
Mídia: qualquer coisa que seja ilustrativa
Prazo: um mês a partir de hoje, ou seja, até dia 4 de fevereiro.
O título do post diz tudo.
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